Capital com passado agitado

Berlim, a atual capital alemã, evoluiu num período de poucos séculos de uma colônia de pescadores e centro mercantil localizado às margens do rio Spree para a sede da corte prussiana. No ano de 1237, Cölln foi mencionada pela primeira vez em documentos oficiais. Cresceu, juntando-se com a sua cidade irmã Berlim, que se beneficiou da ascensão da Prússia a grande potência, tornando-se, após a criação do Império alemão em 1871, o centro político, industrial, científico e cultural da Alemanha. No ano de 1939, a capital alemã contava com mais de 4 milhões de habitantes. A II Guerra Mundial desencadeada pelos nacional-socialistas teve conseqüências assoladoras para Berlim, levando a uma destruição quase completa do centro da cidade e das áreas industriais. A cidade foi dividida em setores pelas potências vencedoras. Graças à ponte aérea criada pelos aliados ocidentais, fracassou a tentativa da União Soviética, em 1948/49, de subjugar a população de Berlim Ocidental e obrigar os aliados à retirada, através de um bloqueio das vias de acesso à cidade, o qual durou onze meses. A construção do Muro de Berlim, em 1961, foi a resposta dada pela liderança comunista à fuga de um grande número de cidadãos da RDA (República Democrática Alemã) e da parte oriental de Berlim. O Muro caiu em 1989 com a derrocada do regime comunista. Em solenidade oficial em Berlim, a unificação da Alemanha foi consumada em 3 de outubro de 1990. Desde então, a Berlim unificada é novamente a capital da Alemanha unida.

Metrópole cultural no coração da Europa

A pluralidade cultural de Berlim tem uma longa tradição. Dela fazem parte os museus e coleções na Ilha dos Museus, que em março de 2000 foi incluída na lista dos patrimônios culturais e naturais pela UNESCO, o Foro Cultural e o bairro de Dahlem; todos eles de renome mundial, sendo visitados anualmente por cerca de seis milhões de pessoas. Três óperas, a Filarmônica ou os numerosos teatros, salas de concertos e bibliotecas, assim como as Semanas Festivas de Berlim, o Festival Internacional de Cinema e o Encontro do Teatro oferecem outros pontos culminantes da metrópole cultural européia. A celebridade de Berlim não se restringe apenas a estes setores artísticos clássicos. Há muitos anos, jovens artistas provenientes de todas as partes do mundo são responsáveis pela grande popularidade de que aquela cidade desfruta, enriquecendo o cenário cultural progressista e vívido.

Economia e ciência

Berlim passou por uma mudança econômica radical, ligada a pesados sacrifícios. Mas as perspectivas futuras são promissoras: muitos bilhões são destinados à melhoria da infra-estrutura, do trânsito e à reconstrução da cidade. Abrigando a sede do Parlamento, do Conselho e do governo federais tais como o Ministério Federal do Interior, às margens do Spree, sendo o portão para o Leste europeu e dotada de uma excelente infra-estrutura, tanto a cidade como a região constituem um grande pólo político e econômico. Três universidades, quatro escolas superiores de belas-artes, a Escola Superior Européia de Estudos Econômicos, nove escolas superiores especializadas, em torno de 250 instituições extra-universitárias de pesquisa e uma profusão de empresas tecnológicas de pequeno e médio porte, todos juntos formam um grande potencial econômico e tecnológico. No Sudeste, está sendo construído o Centro Científico e Econômico Adlershof (WISTA), um dos maiores parques tecnológicos integrados da Europa. Berlim tem a imprensa mais diversificada da Europa, com dez jornais diários e quatro dominicais, onze revistas locais e doze gazetas de classificados. É também o segundo maior centro editorial alemão, com 210 editoras de livros. Podem ser ouvidas, além disso, as programações de 25 emissoras de rádio regionais.

Há anos, Berlim possui o maior canteiro de obras da Alemanha. Empresas como Debis, Sony e ABB realizaram projetos espetaculares de construção na praça Potsdamer Platz. Existem ainda os novos grandes prédios oficiais, como a Chancelaria federal e os edifícios administrativos do Parlamento federal alemão. O parque Tiergarten, amplamente livre do trânsito de automóveis, está marcado pelo ressurgimento, à sua volta, das embaixadas, centrais de partidos políticos, representações dos governos estaduais, de entidades de classe e de fundações. Nas proximidades do bairro governamental, já se pode reconhecer os contornos da nova estação ferroviária Lehrter, o futuro entroncamento ferroviário central de Berlim. A rua Friedrichstraße transformou-se numa atraente área de compras, no centro da cidade. Mas também nos bairros mais afastados de Berlim, os guindastes giram e são reformados prédios antigos.

Berlim é um dos mais importantes centros de congressos e feiras. Eventos como a Exposição Internacional de Rádio e Televisão, a maior feira agrícola da Alemanha «Semana Verde» ou a Bolsa Internacional de Turismo tornam aquela cidade um ponto de encontro atraente para mais de 4,2 milhões de visitantes anuais.

A capital está pronta

A transformação de Berlim em capital da República Federal da Alemanha está praticamente concluída. Com a mudança do governo federal, do Parlamento federal e do Conselho federal de Bonn para Berlim, obras de modernização e ampliação dos prédios dos ministérios foram realizadas. 

O prédio do «Reichstag» foi reformado como sede do Parlamento federal alemão («Bundestag») e inaugurado oficialmente em abril de 1999. Com a cúpula do «Reichstag», que é aberta à visitação pública, Berlim ganhou um novo símbolo. Como contrapartida à inscrição imperial «Ao povo alemão» («Dem deutschen Volke»), sobre o portal do Reichstag, Hans Haacke apresenta no pátio interno a selha de madeira com letras luminosas «À população» («Der Bevölkerung»), que deve ser enchida pelos 669 deputados com terra dos seus distritos eleitorais.

Em maio de 1999 foi realizada no «Reichstag» a eleição do Presidente federal pela Assembléia Nacional. Em setembro de 1999, o Parlamento federal iniciou ali os seus trabalhos. Desde então, a Alemanha voltou a ser governada da sua antiga capital Berlim.

- Maiores informações: https://www.berlin.de