Estado Livre da Saxônia

Habitantes:

4,5 milhões

 

Área:

18.413 km2

Capital:

Dresden

 

Centro industrial do Leste

Com cerca de 244 habitantes por quilômetro quadrado, a Saxônia é o mais populoso dos Estados do Leste alemão e apresenta uma longa tradição industrial. Antes da II Guerra Mundial, o triângulo Dresden-Leipzig-Chemnitz era o coração industrial da Alemanha. Leipzig (437.000 habitantes) foi um dos focos da resistência pacífica contra o regime da RDA (República Democrática Alemã); as grandes manifestações das segundas-feiras culminaram, em 9 de outubro de 1989, com o grito: «Nós somos o povo!». Após a unificação da Alemanha, foi iniciada uma maciça transformação setorial de estruturas na economia saxônia.

Hoje, cerca de 60 por cento dos empregados trabalham no setor da prestação de serviços. Em comparação com os outros Estados do Leste, no entanto, a indústria desempenha um papel acima da média. De cada 1.000 habitantes, cerca de 76 pessoas estão empregadas na indústria; cerca de 33 por cento da produção industrial total dos Estados do Leste alemão correspondem à Saxônia. Dresden e suas imediações continuam se desenvolvendo como centro da micro-eletrônica. A Infineon AG, em Dresden, é por exemplo um dos maiores produtores de «chips» eletrônicos do mundo.

Desde 1710, a manufatura de porcelanas de Meissen prossegue suas atividades sem interrupção; o símbolo da marca, as espadas azuis cruzadas, é conhecido em todo o mundo. Johann Friedrich Böttger (1682-1719) descobrira no ano de 1708, em seu laboratório localizado sob o terraço de Brühl, em Dresden, a fórmula do «ouro branco».

A primeira câmara fotográfica de reflexão do mundo foi construída em Dresden, e também foram desenvolvidos lá artigos do dia-a-dia, como tubos de pasta de dentes, cigarros de filtro, água dentifrícia, bolachas porta-copos de papelão e filtros para café.

Quatro universidades, em Leipzig, Freiberg, Dresden e Chemnitz, doze escolas superiores especializadas, assim como cinco escolas superiores de arte, o Instituto Internacional de Ensino Superior de Zittau, com a Academia de Dança Artística - a Escola Palucca de Dresden -, constituem a mais ampla estrutura de ensino superior nos Estados federais do Leste. A qualidade da formação é garantida pelos cursos com número limitado de participantes, pelas mais modernas instalações de pesquisa e as cooperações com o setor econômico. A clara orientação das escolas superiores saxônias para os setores técnicos e de ciências naturais e a qualidade da formação representam uma vantagem especial para a Saxônia como centro de desenvolvimento e de distribuição de produtos e sistemas tecnológicos. A Saxônia tem o único estabelecimento privado de ensino superior do Leste alemão, a Escola Superior do Comércio, em Leipzig.

 

A «Florença do Elba» e a «Pequena Paris»

Dresden (453.000 habitantes) está reconstruindo parte considerável da sua silhueta histórica, que foi quase inteiramente destruída no final da II Guerra Mundial, e tornando-se ao mesmo tempo um centro europeu de tecnologia avançada.

Para o oitavo centenário da cidade, no ano de 2006, terá ressurgido das ruínas da guerra a igreja barroca Frauenkirche (erigida em 1726-1743 por George Bähr). Como memorial, as ruínas relembraram os terrores da guerra durante quase 50 anos. Na reconstrução, cerca de um terço das pedras originais pôde ser posto no seu lugar original. Outra pérola do barroco de Dresden é o «Wallpavillon», no palácio Zwinger.

Dresden recupera o seu centro tradicional, através da reconstrução dos prédios antigos e da restauração de edifícios históricos. Ao lado de suntuosos prédios antigos como os palácios Taschenbergpalais e Coselpalais, surgiram construções de vanguarda como o ginásio St. Benno e o cine Ufa-Kristallpalast. Antes chamada carinhosamente de «Florença do Elba», pela elegância da sua arquitetura, a cidade cultiva as suas tradições barrocas; na ciência e pesquisa, ela reconheceu entretanto os sinais do século XXI e volta-se para as tecnologias avançadas e de futuro: firmas com Infineon, Motorola, AMD, Volkswagen, Gruner + Jahr, bem como Daimler-Chrysler investem na capital estadual saxônia, nas áreas de pesquisa, produção e comércio.

Dresden é novamente uma atração para os turistas e conta anualmente com cerca de sete milhões de visitantes. Já em 1985, foi reinaugurada a Ópera, edificada por Gottfried Semper entre 1870 e 1878, no estilo da Renascença italiana. Um outro símbolo da cidade é o palácio «Residenzschloss». Sua reconstrução - financiada com dinheiro público - está prestes a ser concluída. O palácio deverá abrigar futuramente o Museu da História e da Cultura Saxônia.

Há mais de oitocentos anos, Leipzig - chamada por Goethe, em «Fausto», de «Pequena Paris» -, é cidade promotora de feiras. No decorrer dos últimos anos, as antigas feiras universais foram sendo substituídas por feiras especializadas mais abrangentes. Foi inaugurado, em 1996, no antigo aeroporto de Mockau, um moderno centro de feiras. Leipzig é um antigo núcleo editorial. A Feira do Livro, realizada em março, estabeleceu-se juntamente com a de Frankfurt do Meno como ponto de contatos, sobretudo com o Leste da Europa. A universidade foi fundada já em 1409. A cidade se torna, cada vez mais, um centro de mídia. Lá está também a primeira cátedra alemã de relações públicas.

 

Tradição e modernidade

A Saxônia está representada em muitos capítulos da história da cultura alemã. Os compositores Heinrich Schütz, Johann Sebastian Bach, Carl Maria von Weber, Felix Mendelssohn Bartholdy, Robert Schumann, Richard Wagner e Richard Strauss atuaram e apresentaram lá pela primeira vez importantes composições. A Ópera Estatal Saxônia («Semperoper»), com a sua orquestra «Staatskapelle» e o coro «Kreuzchor», em Dresden, bem como o coro «Thomanerchor» e a orquestra da «Gewandhaus», em Leipzig, gozam de fama internacional. Os museus do Estado são bastante diversificados: a Abóboda Verde («Grünes Gewölbe») apresenta tesouros artesanais que foram sendo colecionados pelos príncipes-eleitores saxões, em especial por Augusto, o Forte (1670-1733). Coleções valiosas podem ser encontradas na Galeria dos Velhos Mestres (como a «Madona Sistina», de Rafael) e na Galeria dos Novos Mestres, com suas magistrais obras de arte do romantismo. Convém ressaltar, igualmente, o Museus de Rendas de Plauen, o Museu do Automóvel de Zwickau, a Coleção Mineralógica de Freiberg, o Museu Lessing de Kamenz e, em Bautzen, o Museu dos Sorábios, minoria eslava de Lausitz.

Na Saxônia, há um grande número de castelos suntuosos, parques e jardins artísticos. Ao lado do «Zwinger», de Dresden, outros castelos e palácios como «Moritzburg», «Rammenau», «Klaffenbach», o castelo e parque de Pillnitz e o jardim de Heidenau-Großsedlitz convidam para uma visita. A «Estrada da Prata» no Erzgebirge e a «Estrada do Vinho da Saxônia» são outras atrações turísticas, como também a variedade de festivais realizados no decorrer do ano. Dentre eles, destacam-se por exemplo o Festival de Música de Dresden, o Festival Internacional Dixieland e a Festa de Elbhang em Dresden, o Festival de Karl May em Radebeul, o Festival «Begegnungen» em Chemnitz, as Jornadas Internacionais Gottfried Silbermann em Freiberg e a «euro-scene» em Leipzig.

 

- Maiores informações:

https://www.sachsen.de