Estado Livre da Turíngia | |||
Habitantes: |
2,5 milhões |
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Área: |
16.171 km2 |
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Capital: |
Erfurt |
O centro da Alemanha
A Turíngia ocupa geograficamente o centro da Alemanha e compreende como paisagem básica a bacia da Turíngia e a floresta do mesmo nome. No oeste, estende-se até o rio Werra, no sudeste ultrapassa o rio Saale, indo até o Weisse Elster. A sudoeste encontra-se o rio Rhön e ao sul é limitada pela floresta Frankenwald. A Turíngia faz fronteira com cinco Estados federais. A ampliação da rede viária é, por isso, uma das maiores prioridades nas medidas infra-estruturais. Nas duas auto-estradas A4 e A9, que cortam o Estado nas direções leste-oeste e norte-sul, o número de pistas foi ampliado para seis. Com a construção de um novo eixo viário através da floresta da Turíngia (auto-estrada e ferrovia para trens de alta velocidade) surge uma ligação extremamente urgente, que faz jus à localização central do Estado e já teria sido construída há bastante tempo, se a Alemanha não tivesse sido dividida.
A capital do Estado é Erfurt (203.000 habitantes), denominada «cidade das flores», com um centro histórico rico em mansões aristocráticas, igrejas e conventos - um museu de arquitetura ao ar livre.
A ponte de Göltzschtal, com vão de 574 m e 78 m de altura, foi construída em 1851 e é um esplendor arquitetônico.
Desmembramento e cultura
Na Turíngia foi especialmente marcante o antigo desmembramento territorial alemão. Os governantes competiam sobretudo no setor cultural, fazendo-se festejar no papel de mecenas das belas artes. O mais importante entre eles foi o duque Carl-August von Sachsen-Weimar-Eisenach (1757-1828). Ele levou o escritor e tradutor de Shakespeare Christoph Martin Wieland (1733-1813), o poeta e filólogo Johann Gottfried Herder (1744-1803) e especialmente Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) para a sede de sua corte, transformando-a por volta de 1800 em centro da vida intelectual alemã e européia. Em Weimar, foram escritas algumas das mais famosas obras de Goethe, por exemplo, a versão definitiva do «Fausto». De 1787 a 1789 e de 1799 a 1805, viveu também naquela cidade Friedrich Schiller, que ali escreveu, entre outras obras, o drama «Guilherme Tell». Na segunda metade do século XIX, Franz Liszt (1811-1886), compôs e deu concertos em Weimar. Em 1919, Walter Gropius criou ali a Bauhaus, um instituto de ensino no qual a separação entre a arte, artesanato e técnica deveria ser eliminada. A Bauhaus mudou em 1925 para Dessau, anos mais tarde para Berlim, onde em 1933 foi vítima da barbárie que surgiu com a tomada do poder por Hitler. Ela selou também o fim da primeira república alemã, a República de Weimar, cuja constituição fora redigida e promulgada naquela cidade, em 1919.
Weimar (62.000 habitantes) foi escolhida como Capital Cultural da Europa no ano de 1999, quando foram comemorados 250 anos do nascimento de Goethe, Johann Sebastian Bach nasceu em Eisenach em 1685, como filho de uma conhecida família de músicos. No vizinho castelo de Wartburg, Marinho Lutero traduziu, em 1522, o Novo Testamento para o alemão - um passo importante para o desenvolvimento da moderna língua alemã escrita. Os 450 anos da morte do reformador foram ensejo para a comemoração do «Ano de Lutero 1996», na Turíngia.
No castelo de Wartburg, em 1817, representantes das ligas patrióticas de estudantes alemães conclamaram a uma Alemanha unificada.
Indústria e ofícios
O comércio e os ofícios encontraram um solo pródigo na Turíngia, confluência de estradas importantes. A base inicial para essa riqueza foi uma planta, a ísatis, da qual se extraía tinta azul. A partir da tradição artesanal, Suhl transformou-se em centro de produção de armas de caça e desporto. A industrialização da Alemanha, no século XIX, teve início na Saxônia e na Turíngia. Os ramos importantes foram mineração (potassa), porcelana, vidro, brinquedos e principalmente a construção de máquinas-ferramentas e a indústria óptica, ligada aos nomes Zeiss e Schott em Jena.
A Turíngia retomou essas tradições. Com o fim da RDA (República Democrática Alemã) e após a transformação radical da economia em decorrência das alterações políticas, desenvolveram-se novas estruturas, adaptadas ao mercado, que possibilitam a entrada de tecnologias novas e avançadas no Estado. Após o seu saneamento, a Jenoptik - empresa do ramo óptico - logrou tornar-se um conglomerado de tecnologia avançada, que atua internacionalmente. Com quatro universidades (Jena, Weimar, Erfurt e Ilmenau), escolas técnicas superiores, cinqüenta instituições de pesquisa e vinte centros tecnológicos, a Turíngia apresenta uma densa rede científica. A indústria óptica continua tendo seu centro em Jena (99.000 habitantes). As máquinas são produzidas principalmente em Gera (116.000 habitantes) e Erfurt. Na capital do Estado está concentrada ainda a microeletrônica. Em Eisenach, predomina tradicionalmente a indústria automobilística, com seus fornecedores. A nova instalação da Opel é a fábrica de automóveis com o maior nível de produtividade da Europa. Outros ramos industriais sediados na Turíngia são a eletrotécnica, vidro e cerâmica fina, transformação de madeira, têxtil e do vestuário, bem como a indústria química. Também o setor da mídia ganhou importância crescente na Turíngia.
A metade do território do Estado é utilizado para a agricultura, as áreas de plantio têm em parte um solo da melhor qualidade. Lá são cultivados cereais, colza, batata-inglesa e beterraba açucareira. A Turíngia sempre desfrutou de excelente fama na transformação de produtos agrícolas.
Coração verde da Alemanha
Extensas florestas e amplos prados, vales românticos e desfiladeiros fazem da floresta da Turíngia uma região atraente para as caminhadas e os esportes de inverno. O Rennsteig, com seus 168 quilômetros de extensão que conduzem por sobre as cumeadas daquela floresta, é ao lado do Eselsweg, na floresta do Spessart, a mais antiga e famosa trilha para caminhadas de toda a Alemanha. Nas proximidades das inúmeras fontes de águas medicinais e minerais desenvolveram-se muitas estâncias hidrominerais. Um total de 170 barragens oferecem as melhores condições para a prática de esportes aquáticos. Naturalmente, os visitantes também vão à Turíngia por causa da riqueza dos tesouros artísticos. A «Rota dos Clássicos da Turíngia», com trezentos quilômetros de extensão e inaugurada em 1992, conduz aos lugares mais encantadores, a castelos e palácios, a museus e panteões, sempre rememorando o tempo em que a Turíngia foi o centro da vida intelectual da Alemanha.
O teatro refloresceu em Meiningen, depois de a cidade ter se tornado conhecida em toda a Europa, no século XIX, através da companhia teatral da corte «Die Meininger». O sucesso espetacular deveu-se ao duque Georg II de Meiningen, que como governante também empunhou o cetro artístico. Hoje, este teatro é um dos prediletos do público alemão.
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