Steinau
(Rota dos Contos de Fadas)

Vale a pena visitar?

Não    Não muito    Razoável    Vale a pena    Sem dúvida!  

Escarafunchando a vida dos irmãos Grimm, chegamos então na cidade onde eles moraram e onde sua antiga casa agora é um museu.

Steinau vale a pena ser visitada muitos motivos. O primeiro deles é, como dito acima, a antiga casa dos irmãos Grimm. O museu instalado nela é muito interessante e, sem dúvida, tem muita história pra contar. Descobrir as origens e o desenvolvimento dos contos de fadas ao longo dos séculos, muito além de um tópico infantil, é observar as culturas e tradições que estão por trás deles. Assim, o lugar é parada obrigatória para quem se interessa por esses assuntos. Para quem tiver interesse em se aprofundar mais, coloco em anexo a tradução do texto que adquiri neste museu bem como maiores informações sobre o mesmo.

Mas além do enfoque histórico, a cidade tem como destaque o teatro de marionetes. Estes são bonecos em madeira esculpidos com enorme perfeição. Nas dependências do castelo da cidade, existe o museu de marionetes, que evidencia ainda mais como os bonecos são primorosos. Coloquei essa foto ao lado pois ela foi a principal motivadora do meu grande interesse em visitar a cidade. Espero que aconteça o mesmo com você que está lendo este texto! J

Falando um pouco sobre o castelo da cidade - Schloß Steinau. Este possui grande beleza e uma de suas torres pode ser visitada. A vista de lá de cima é excelente, pois pode-se observar toda a área ocupada pelo castelo, bem como a cidade. Vale a pena!

Informações gerais sobre o museu "A casa dos Irmãos Grimm"
Horário de funcionamento diariamente das 14:00 às 17:00 horas
O museu fecha durante os meses de Janeiro e Fevereiro
Estão disponíveis tours guiados
Telefone 00xx49 6663 7605
Fax 00xx49 6663 963133
 

 

Texto: "A Casa dos Irmãos Grimm" em Steinau an der Straße

Os irmãos Jacob e Wilhelm Grimm, nascidos em Hanau respectivamente nos anos 1785 e 1786, tinham seis e cinco anos de idade quanto vieram juntos com seus pais e três irmãos para Steinau, em 1790. Sua irmã Charlotte nasceu em Steinau em 1793.
Seu pai, Philipp Wilhelm Grimm, nascido em Steinau em 1751, fora transferido para sua cidade natal. Em Hanau, ele tinha ocupado anteriormente a posição de defensor do tribunal e escrevente da cidade e condado. Em 1790 ele foi nomeado magistrado (bailiff) pelas cidades de Steinau e Schlüchtern.
A pequena cidade de Steinau, antigamente assento dos condes de Hanau, tornou-se em 1791, com sua arquitetura aristocrática e suas construções administrativas apropriadas, o novo lar da família.
A família mudou-se para a casa da corte, construída em 1562, e que possuía alojamentos para moradia no pavimento térreo e escritórios no pavimento superior.
O palácio da justiça, conhecido atualmente como a "Casa dos Irmãos Grimm", é uma pomposa estrutura renascentista com suas sustentações em pedra e o andar superior com elaborado madeiramento no lado do seu pátio. A construção principal, juntamente com o estábulo e celeiro, formam o centro de um complexo pitoresco e ricamente planejado, cercado por muros. Janelas segmentadas, perfiladas e em arcos dividem o andar térreo. O andar superior, que pode ser alcançado pela torre em anexo via uma escadaria em espiral, exibe um evidente trabalho em vigamento ornamentado, apoiado em 21 consolos de madeira ricamente esculpidos. Cruzes giratórias de St. Andrews decoram amplamente os espaços abaixo das janelas. Especialmente notável é o consolo sobre o arco ogival da entrada. A parte inferior realça a cabeça de uma criatura mitológica que acreditava-se ter a função protetora contra fantasmas.
Os frontões de pedra suportam um telhado de grande inclinação recoberto com telhas. Abaixo do telhado duas águas, no frontão da entrada, há uma pequena figura de madeira carregando o peso da cumeeira em suas costas. O abrigo para carruagens em anexo é tão antigo quanto a própria construção principal. A escadaria gótica foi anexada na face sul nos anos iniciais do século 20.
A construção, até alguns anos atrás usada como palácio do tribunal do condado e, mais tarde, como museu da história local e parcialmente dedicado aos Irmãos Grimm, foi convertido em 1998 na "Casa dos Irmãos Grimm" e desde então tornou-se, ao lado do "Museu dos Irmãos Grimm" localizado em Kassel, um dos maiores e mais importantes museus dedicados às vidas e trabalhos dos dois irmãos.
Um acordo firmado entre o magistrado de Steinau e "A associação dos Irmãos Grimm" de Kassel tornou possível a exibição de itens que evidenciam certos aspectos das vidas e trabalhos dos Grimms em uma ambientação ainda impregnada do espírito de seu tempo.
Parte do espaço do andar térreo tem sido reservado para exibições itinerantes, sendo o resto dedicado à vida dos Grimms às margens dos rios Meno (Main) e Kinzig.
Nenhum vestígio de peças da mobília original dos tempos da família em Steinau foi preservado. Entretanto, a área da cozinha foi mobiliada com itens usados localmente durante o mesmo período. Os desenhos de Ludwig Emil Grimm (o terceiro irmão) dão um retrato das atividades da família na cozinha e as comidas que preparavam.
Peças autênticas, utilizadas de fato pela família Grimm e mais tarde nos lares de Charlotte e sua filha Dorothea Hassenpflug são apresentados num pequeno quarto adjacente. Estes são em sua maioria itens usados por mulheres daquela época, como por exemplo trabalhos com agulhas ou jóias de vários graus. Aqui também os desenhos de Ludwig Emil Grimm mostram como os trabalhos com agulhas eram realizados pelos membros da família.
Vários documentos e autógrafos, especialmente do pai Philipp Wilhelm Grimm, exibidos em quartos adjacentes, demonstram os laços próximos da família com Steinau. O retrato da mãe, Dorothea Grimm, na tampa de uma caixa de jóias, é um trabalho do pintor francônio Georg Carl Urlaub. Os tempos da família em Hanau são representados por fotos da cidade datadas do final do século 18 e início do século 19. Desenhos dos irmãos quando crianças demonstram seus amplos interesses com muito pouca idade.
Um guarda-roupa de carvalho com estilo rococó do ano de 1796 dá uma idéia de como deveria se parecer a mobília no final do século 18. Este guarda-rouba foi usado em Seidenroth e agora é parte de Steinau. Retratos de membros da família dominam este segundo quarto, com um tema biográfico, dedicado inteiramente aos Grimms e Steinau. Uma gravura executada por Ludwig Emil Grimm segundo o retrato de seu bisavô Friedrich Grimm, o desenho da lápide de seu avô no cemitério de Steinau, o retrato da mãe, bem como imagens dos irmãos e um lindo retrato da irmã Charlotte estão reunidos neste quarto.
As realizações germanísticas de Jacob e Wilhelm Grimm estão documentados no quarto seguinte. As primeiras edições dos seus mais populares trabalhos, traduções de "Hildebrandlied", os trabalhos de Hartmann von Aue e Konrad von Würzburg, bem como a Gramática Alemã e o Dicionário Alemão estão aí apresentados.
Um quarto adjacente é dedicado aos trabalhos do pintor e artista gráfico Ludwig Emil Grimm.
Os temas dos contos de fada ocupam o andar superior inteiro.
O primeiro quarto esclarece as primeiras histórias de contos de fadas na Europa. A introdução de materiais do centro-leste e indianos na Itália no início do período neoclássico (por exemplo pelo veneziano Gianfrancesco Straparola) e na nobreza francesa do século 17 (por Charles Perrault) estão representadas pelas várias edições preciosas de seus trabalhos. Comédia - por exemplo "Schimpf und Ernst" por Johannes Pauli - e coleções de anedotas - por exemplo "Gesta Romanorum" -, que estão representadas em edições dos séculos 16 e 17, são também consideradas raízes dos contos de fadas em prosa. Edições iniciais na língua francesa de "Os Contos das 1001 Noites" e suas variações narrativas, impressas primeiramente no século 18, completam a exibição deste quarto.
Um outro quarto mostra as tradições dos contos de fadas antes dos Irmãos Grimm terem começado sua coleção.
Lado a lado aos temas de contos de fadas artisticamente adaptados (por exemplo por Christoph Martin Wieland e Johann Heinrich Jung-Stilling), estão as coleções de músicas populares de Johann Gottfried Herder e os contos populares de Johann Carl Musaeus, em raras edições. Os poemas ossianos de James Macpherson, que durante um longo tempo - também pelos Grimms - acreditavam serem a original poesia celta, podem também serem admirados em uma edição ilustrada.
Mas especialmente os românticos, com sua ênfase no fabuloso, voltaram-se para os temas dos contos de fadas. Por isso, não é surpreendente que uma linha direta ligue os românticos de Heidelberg Achim von Arnim e Clemens Brentano (que tornaram conhecidas músicas populares com os diversos volumes de "Des Knaben Wunderhorn" e que foram supridos com informações pelos Irmãos Grimm) ao "Estórias para Lares e Crianças", publicado por Jacob e Wilhelm Grimm.
O envolvimento com a poesia popular, enquanto estudando em Marburg, lançou as bases para que Jacob e Wilhelm Grimm documentassem as sagas e os contos de fadas. Seu objetivo era preservar estes contos antes que se perdessem. Jacob e Wilhelm Grimm colecionaram mais de 200 contos, a maioria da área de Kassel e Vestfália, incorporando tradições faladas bem como escritas.
"Estórias para Lares e Crianças", publicado em 1812, foram inicialmente apenas uma coleção de textos. Breve edições ilustradas apareceram na Holanda e Inglaterra, tanto que Jacob e Wilhelm Grimm então também publicaram uma "Pequena Edição", ilustrada por seu irmão Ludwig Emil Grimm. Ao lado dessas edições iniciais dos contos de fadas, este quarto também exibe ilustrações que estabeleceram os padrões para esse gênero como um todo.
Três outros quartos são dedicados à temas individuais dos contos de fadas.
O próximo quarto contém edições iniciais de "Chapeuzinho Vermelho", "João e Marial", "O Gato de Botas" e ilustrações, em parte de importância artística histórica, por Moritz von Schwind e Carl Hassenpflug (sobrinho dos Grimms). Esses contos de fadas podem ser conectados diretamente à Charles Perrault e o propósito de mostrar a diferença entre materiais tradicionais na França e Alemanha. "O Gato de Botas" foi incluído, por exemplo, na primeira edição da coleção dos Grimms, mas removido mais tarde pois os irmãos achavam que era muito parecido ao original em francês.
Ilustrações do conto "A Bela Adormecida" formam o foco central do quarto adjacente. "Branca de Neve" (também interpretado por Musaeus, incluindo ilustrações e origens históricas) é o tema predominante de outro quarto, estando disposto num palco montado. A sala multimídia, com vídeo e PC, completa o tour pelo museu.