Berlim

Vale a pena visitar?

Não    Não muito    Razoável    Vale a pena    Sem dúvida!  

Berlim é simplesmente maravilhosa. É muito difícil descrevê-la. Acabei me tornando realmente uma pessoa suspeita para falar sobre essa cidade porque eu simpatizei com ela desde o primeiro momento que cheguei e, à medida que a ia descobrindo, conhecendo cada detalhe que ela tem para nos mostrar, cada vez mais a admirava. Com certeza é necessário muito mais que uma semana para conhecer boa parte das atrações que Berlim pode oferecer.

Quando alguma reportagem sobre Berlim é feita e esta é citada como um gigantesco canteiro de obras a céu aberto, esse fato é realmente verdadeiro. Eu nunca vi tantas gruas reunidas em uma só cidade! Em sua paisagem fica impossível passar desapercebida uma obra em execução com três ou quatro gruas no mínimo ao seu redor.

O Parlamento Alemão (Reichstag) e sua lindíssima cúpula de vidro são imperdíveis. No interior da cúpula existe um mural onde toda a história daquela construção é relatada. Esta cúpula tem um funcionamento interessante: todo o ar gerado pelos parlamentares sai por seu topo e suas aberturas laterais permitem que novo ar entre para dentro. Um sistema diferente de recirculação de ar. E o melhor: a visita para a cúpula é de graça. Não é à toa que tem uma fila enorme na sua porta! J

A bela torre de tv - Fernsehturm. A enorme catedral Berlinense (Berliner Dom. O imponente Portão de Brandenburgo. A estátua da vitória - Siegessäule, que antigamente estava localizada nos jardins em frente ao Parlamento Alemão. A Ilha dos Museus, com um patrimônio histórico riquíssimo. O belo parque Tiergarten ("Jardim dos Animais") com o Zoológico de Berlim inserido nele, é local preferido para descanso e lazer em Berlim.

A famosa igreja quebrada, quase destruída na Segunda Guerra Mundial - Kaiser Wilhelm Gedächniskirche ( Igreja em memória ao imperador Wilhelm ) - e seu interior com as pinturas ainda danificadas. Ela não foi reconstruída para ficar como memória das terríveis conseqüências e atrocidades que uma guerra pode trazer para a humanidade. A badalada rua Kurfürsten Damm, ou abreviadamente Kudamm para os Berlinenses. Nela está localizada a famosa loja de departamentos Ka De We (Lê-se Ká Dê Vê), que possui as grifes mais famosas do mundo.

O famoso museu Checkpoint Charlie conta histórias de tentativas frustradas ou com êxito em fugir do regime comunista pulando o muro de Berlim. Esse museu também possui em sua entrada um mapa bem ilustrativo mostrando como a cidade de Berlim era dividida pelo muro. Na rua onde ele está localizado existe uma placa exatamente aonde ficava no passado a alfândega entre as Berlins Ocidental e Oriental. De um lado da placa mostra-se um soldado russo representando que se está deixando o setor americano ou capitalista, e do outro lado um soldado americano representando que se está saindo do setor russo ou comunista. E o que acabei encontrando em frente ao museu? O Trabant! Esse era o único carro que existia do lado comunista, fabricado com permissão do governo. Se você quisesse um carro naquela época, teria que informar ao governo e fazer a solicitação. Então você ganharia o carro. Isso seria maravilhoso se a espera por um carro não fosse mais de 10 anos! Isso mesmo! Com o telefone era o mesmo: de 5 anos para cima de espera.

A Potsdamer Platz, totalmente remodelada, com prédios da mais alta tecnologia e a região mais badalada atualmente da cidade.  São inúmeros os locais que dão um toque especial e tornam essa cidade tão agradável, gerando um magnetismo que o faz sentir vontade de voltar a vê-la sempre que passar pela Alemanha. J

Um outro passeio que os brasileiros não devem perder é visitar o bairro de Hellersdorf. Ele foi totalmente revitalizado pelos arquitetos brasileiros Francisco de Paiva Fanucci e Marcelo Carvalho Ferraz. Estes ganharam um concurso realizado por uma empresa do governo alemão realizado entre vários escritórios da América Latina, escolhida como tema preferido segundo os próprios moradores locais. O objetivo era recaracterizar o bairro constituído por blocos cinzentos e sem vida, construídos nos anos 60 e 70, e trazer um ambiente mais alegre e com vida ao local e seus moradores. Isso eles fizeram muito bem! As varandas em concreto foram substituídas pelo muxarabi, uma treliça de madeira, e o cinza foi substituído pelo branco, amarelo, azul e rosa - cores usuais das tradições Ibéricas. E essas cores vibrantes caracterizaram cada qual um quarteirão, dando até mesmo nome à ele. Assi, tem-se o Gelbes Viertel - "Quarteirão Amarelo" e assim por diante. Os azulejos foram desenhados por índias brasileiras da Serra da Bodoquena, no Mato Grosso do Sul. Há uma placa que faz homenagem à elas. Vale a pena visitar!

Uma iniciativa semelhante ao bairro Hellersdorf aconteceu anos atrás no chamado Quarteirão Hansa, construído de 1957 a 1960. Naquela ocasião mais de 20 arquitetos (entre eles Oscar Niemeyer) foram chamados para projetar e construir a moradia de desabrigados de guerra.

Cada lugar que você visita, cada rua que você passa, cada construção que você vê, tem algo que te chama a atenção a ponto de parar um bom tempo para olhar cada detalhe.

Num de nossos passeios, passamos em frente a uma universidade e ficamos curiosos para conhecê-la por dentro, especialmente para podermos comparar com as do Brasil. Lá de fora vimos uma fonte e honestamente ficamos em dúvida se aquilo seria mesmo uma universidade ou então uma biblioteca. Realmente era uma universidade! Uma fonte localizada ao centro de um átrio, os estudantes relaxando calmamente ao redor dela, e os que passavam não possuíam qualquer expressão de pressa ou preocupação. Naquela hora pensamos: "Como deve ser bom estudar na Alemanha!" J

Quando cheguei em Berlim pela primeira vez, chequei na estação de trem leste - Ostbahnhof. Fiquei no apartamento do primo do meu amigo Ronaldo, que situava-se em um daqueles prédios bem antigos da antiga parte comunista. O apartamento era muito interessante, especialmente o box improvisado na cozinha, pois nos tempos antigos o banheiro era coletivo e ficava no térreo. Ummm, acho que isso é uma prova de que alemão nunca gostou de tomar banho mesmo! J

Já na segunda vez que vim para Berlim fiquei num albergue independente (independente porque não pertence à agenciadora de albergues da juventude) muito legal! Como fui na época de alta temporada e não haviam mais vagas nos albergues da juventude credenciados, corri pra procurar na Internet alguma alternativa e acho que foi a coisa mais legal que fiz! O albergue Globetrotter Odyssee é super simpático, bem diferente e alternativo em todos os sentidos da palavra! J Banheiras que viraram vasos, uma prótese de perna que virou vaso dando as boas-vindas aos visitantes e um carro muito engraçado com chifre e pintura de pele de vaca são alguns exemplos. As paredes dos cômodos foram pintadas com cores e desenhos bem intensos e alegres. E quem organiza e cuida de tudo são os próprios proprietários. Pessoal bem alternativo! A homepage deles se encontra na seção Favoritos.

Como Berlim foi a primeira cidade alemã que visitei na minha vida, logo me deparei com duas das características mais impressionantes para qualquer turista que visita a Alemanha: a pontualidade e coordenação perfeita dos trens. Toda estação de trem (Bahnhof) tem uma central de viagens (Reisezentrum) que possui atendentes que falam também em inglês. A foto mostra a central de Berlim. É só arrumar a mala e cair no mundo literalmente, sem qualquer preocupação pois você está sempre bem assessorado.

 

DICA: Para quem tiver interesse sobre o panorama de museus e artes em Berlim, não deixe de conferir esse material de pesquisa bastante explicativo!

 

 

Cronologia do parlamento alemão (Reichstag) Sala da Memória (na antiga torre da Igreja em Memória do Imperador Wilhelm - Gedächniskirche)

1884   Em 9 de junho de 1884, o imperador William I assentou a primeira pedra da fundação do prédio do parlamento. Seu projeto imponente foi criado pelo arquiteto seguidor de Oppenheim, Paul Wallot. Com esta construção, o parlamento alemão - que se reunia até então em instalações temporárias - finalmente teria sua construção própria.

1894   Passados dez anos de construção, a pedra-chave do prédio do Reichstag foi assentada pelo imperador William II em 5 de dezembro de 1894. O prédio monumental do parlamento logo revelaria uma grave falha: faltavam escritórios individuais para seus membros.

1918   Em 9 de novembro de 1918, após o colapso do Império Alemão, Philipp Scheidemann, presidente do partido Social Democrático, proclamou a República Alemã de um dos balcões do Reichstag.

1933   Em 30 de janeiro de 1933, Hitler foi nomeado como Chanceler do Império. O fogo vindo do Reichstag na noite de 27 de fevereiro sinalizava o fim da democracia parlamentar na Alemanha. A "Lei de Posse" abriu caminhos para um governo de um único partido.

1945   O regime Nacional Socialista conduziu Alemanha e Europa em direção a o cataclismo da Segunda Guerra Mundial. O hasteamento da bandeira soviética no prédio do Reichstag finalizou a Batalha de Berlim e selou a derrota do Império Alemão.

1948   Na famosa manifestação de 9 de setembro de 1948, 350.000 pessoas se reuniram defronte ao prédio do Reichstag em protesto contra o bloqueamento de Berlim e a divisão da cidade pela União Soviética. Com este apelo à população mundial para "olhar a cidade", Ernst Reuter inspirou coragem nos cidadãos Berlinenses.

1961   Com a construção do Muro de Berlim em 13 de agosto de 1961, Berlim se tornou uma cidade dividida. Durante décadas a barreira entre Leste e Oeste correu atrás do prédio do Reichstag.

1989   O colapso da liderança SED, acarretado pela constante massa de manifestações, sinalizou o fim da RDA. Na fronteira entre as duas Berlins, na rua Ebertstraße, atrás do prédio do Reichstag e em todos os lugares, "picaretadores de muro" coletavam pedaços do muro que finalmente havia caído em 9 de novembro de 1989.

1990   Em 4 de outubro de 1990, um dia após a unificação das Alemanhas, a primeira sessão de todo parlamento reunido ocorreu no prédio do Reichstag. A presidente do parlamento alemão, Dra. Rita Süssmuth, proferiu o discurso inaugural.

1995   Em 25 de fevereiro de 1994, o parlamento alemão votou em favor do "empacotamento" do prédio do Reichstag  pelos artistas Christo e Jeanne-Claude. De 23 de junho a 6 de julho de 1995, o Reichstag reluzia suavamente em uma embalagem de tecido de trama sintética.

1999   Em 19 de abril de 1999, o novo prédio do Reichstag, totalmente reformulado pelo Sir Norman Foster, foi formalmente apresentado à câmara federal (Bundestag) alemã. A cúpula de vidro, a característica mais notável da construção, é também aberta à visitação.

As Fotos

As dezesseis grande fotos no lado norte da sala lembram a história da igreja, parte da qual encontrou sua destruição durante um bombardeiro na noite de 22 de novembro de 1943. Fotos da igreja bombardeada, da cidade destruída pela guerra e do sofrimento da população refletem aquele terrível período. No final da série de fotos está uma cópia da figura de Cristo, pertencente à nova igreja, com uma citação do apóstolo Paulo: "Nós suplicamos seu perdão em nome de Cristo, para que sejamos reconciliados em Deus" (Coríntios 2 6:20).


A Estátua de Cristo

No lado oposto da sala, encontra-se a estátua de Cristo que costumava ser parte do altar da igreja velha. Antes dessa estátua, em uma placa de pedra, há uma parte do Pai-Nosso: "Perdoai a nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido".


A Cruz de Pregos de Coventry

A cruz de pregos mais à direita, próxima à estátua de Cristo, foi trazida de Coventry, Inglaterra, para este local na Sala da Memória e presenteada em um cerimônia no dia 7 de janeiro de 1987. Os pregos provém das vigas do telhado da catedral, que foram consumidas pelo fogo quando a igreja foi reduzida à pó e cinzas durante um bombardeamento alemão no dia 14 de novembro de 1940. A congregação de Coventry erigiu uma cruz feita das vigas carbonizadas da parte do telhado sobre o altar da igreja destruída. Estão também riscadas na pedra da parede atrás do altar as palavras da oração da reconciliação: "Pai, perdoe". Por fim, dos pregos coletados das cinzas se formou a cruz de pregos que hoje é símbolo dos esforços mundiais pela reconciliação. Existem hoje estas cruzes de pregos em Dresden, leste de Berlim e Wolgograd (antiga Stalingrado), na antiga União Soviética.


A Cruz Ícone
A cruz ícone (ícone, para a Igreja Ortodoxa, se trata de uma pintura de Cristo ou um santo), à esquerda da estátua de Cristo, é um presente da Igreja Ortodoxa Russa como um sinal de reconciliação. Presenteada à esta igreja pelo Arcebispo Alemão na Vigília de Páscoa de 1988, contém a inscrição: "Esta cruz da memória é presenteada ao Bispo Dr. Martin Kruse, presidente do Conselho da Igreja Protestante na Alemanha, pela Metropolitana de Wolokolomsk e Jurjewsk, Pitirim, chefe da casa de edição da Igreja Ortodoxa Russa, em lembrança aos sacrifícios frente ao Nazismo de nossas igrejas e nossa gente durante a Segunda Guerra Mundial, e como sinal de "paz na Terra aos homens de boa vontade" (Lucas 2, 14).

 

 

Checkpoint Charlie - Breve História Checkpoint Charlie - Fugas Criativas

Checkpoint Charlie foi o mais conhecido posto de controle para se atravessar a fronteira entre Leste e Oeste. Em Outubro de 1961, tanques Americanos e Soviéticos se depararam aqui, quando os EUA intervieram em defesa dos direitos fundamentais do status especial que Berlim detinha.

Checkpoint Charlie foi continuamente cenário de manifestações. As tentativas de fuga bem sucedidas (por exemplo, uma Isetta especialmente remodelada para propósitos de fuga é exibida no museu) bem como as mal sucedidas ocorreram pouco antes da linha limítrofe branca. Em 17 de agosto de 1962, Peter Fechter sangrou até a morte diante dos olhos do mundo.

Em 22 de junho de 1990, numa cerimônia em presença dos ministros representantes das quatro potências vitoriosas da Segunda Guerra Mundial e ambas Alemanhas, Checkpoint Charlie foi finalmente demolido.

De 1961 a 1989 mais de 5.000 pessoas conseguiram escapar do cerco do Muro de Berlim. Ao longo do tempo, as alternativas usadas para ultrapassar o sistema de segurança em crescente aperfeiçoamento da barreira criada pela RDA se tornaram cada vez mais criativas e muitas delas encontraram seu lugar na coleção do museu: diversos carros modificados, um mini submarino que um propulsor usado para se mover sob o Mar Báltico, balões de ar quente e pipas caseiras motorizadas equipadas com o motor do Trabant ou o tanque de uma mobilete Java. Também houveram fugas escobertas por alto-falantes ou radiograma.

Os inúmeros túneis de fuga estão completamente documentados. O mais bem sucedido deles possibilitou que 57 pessoas alcançassem a Berlim Oeste em duas noites, em outubro de 1964. Além de muitas fotos do túnel, o carro no qual a terra escavada foi transportada também se encontra em exibição. Quem o doou foi um dos colaboradores da fuga, Reinhard Furrer, que mais tarde foi um dos primeiros alemães a viajar no espaço e morreu em 1995 num acidente de avião.

 

 

Para quem estiver interessado em ver mais fotos no site oficial da cidade de Berlim, seguem aqui alguns links diretos para as seções de turismo (em inglês), bem como outros sites.

Berlin-Info - site focado no turismo em Berlim (em inglês)